Há um ano e um mês, comprei um notebook da ACER, o 4520, gostei muito da aquisição, é prático, bonito e seu teclado em um cinza bem claro, quase um branco, não sujou tanto assim como cheguei a pensar, foi preciso só o mínimo de cuidado, e ele resistiu sem muitas alterações.
Ok, depois desse tempo usando a máquina, chegou seu triste fim, um dia cheguei em casa e ela não estava ligada conforme tinha deixado rodando alguns aplicativos. Meu notebook parou de funcionar, poderia ser muita coisa, só a fonte, alguma espécie de fusível, justamente feito para prevenir danos maiores, sou um leigo em eletrônica, podia pensar qualquer coisa, não ia fazer diferença no resultado final, mas, queimou alguns componentes internos da placa mãe, a bateria e a fonte externa, como fiquei sabendo depois. Alguns me perguntaram, foi no dia do APAGÃO? Sinceramente, não me lembro, mas foi sim nesses dias de chuvas fortes e raios queimando aparelhos.
No outro dia fiz o que era mais óbvio, levei logo cedo para uma assistência técnica, testemos o aparelho em outra fonte, para checar a parte mais simples do problema. Infelizmente não era a fonte, ou melhor, não era só a fonte, a coisa era maior.
Deixei o notebook para ver se tinha conserto, afinal, foi uma oscilação brusca de energia, podia ter torrado o bicho por dentro.
Dias depois recebo o diagnóstico da máquina, junto com o orçamento, e a ressalva da técnica, que seria uma tentativa, poderia não funcionar, ai era, ou trocar a placa mãe, ou comprar outro. No momento não podia comprar outro, mas quando fiquei sabendo do valor da placa mãe cai de costas. Era quase o preço do aparelho. Nem podia acreditar nisso. Tudo bem que a placa é o centro nervoso do equipamento, tudo é encaixado ali e dali tudo é gerenciado.
Sai de lá pensando muito sobre o que fazer e, também indignado. Fazia apenas um ano e um mês que havia comprado, paguei R$1800,00. Se dividirmos esse valor pelos meses que se seguiram, vai dar R$138,46, quando fiz essa conta, fiquei mais indignado, se tivesse comprado parcelado ainda estaria pagando.
Fui atrás de um novo aparelho, um que me servisse bem e que no dado momento, caberia bem no bolso. Procurei por vários aparelho, modelos e mais modelos, e ai cai nos netbooks, um bom preço e, para trabalhar com os programas de escritório esta de ótimo tamanho.
Mas o ponto que quero chegar é o seguinte: a assistência técnica comprava meu aparelho, pagava R$250,00, é isso mesmo. Acredito que para aproveitar as outras peças que ficaram intactas, afinal, um ano de uso não pode destruir uma máquina, ou será que pode? Hein fabricantes?
Com tudo isso, lembrei dos discursos de proteção ambiental, da reciclagem, do cuidado com o meio ambiente, com a salvação do planeta, e tudo mais que estamos sempre ouvindo por ai. O que muitas vezes se transforma em um poço de mediocridade. Perguntei então para a técnica se existia algum programa de troca com a fábrica, ela quase riu, e disse que o que as empresas querem é que você compre um novo mesmo, não continue com seus antigo, claro, da mais lucro.
Ai vem a pergunta, onde esta a preocupação com o meio ambiente? Qual a moral de toda essa propaganda e dinheiro gasto com marketing pelas empresas para mostrar como estão reduzindo o impacto ambiental no mundo em que vivemos ao produzirem seus produtos cada vez mais ambientalmente corretos? Se depois eles não tiram seus brinquedos do quintal dos outros depois de obterem lucro. Mas estão desenvolvendo cada dia novos processos que ajudam a mitigar o impacto no meio ambiente, e por que?
As empresas estão fazendo alguma coisa? Sim estão, mas, muito do que fazem também é para diminuir seus custos com a produção, material, reutilizando a água, aproveitamento de matéria prima e muito mais. Outro dia li uma reportagem de uma conceituada marca de aparelhos eletrônicos, sobre um de seus produtos, uma TV com nova tecnologia e, que utiliza muto pouco chumbo. Isso ajuda a tornar o produto mais seguro, e também minimiza os problemas que a empresa pode ter com as leis de preservação ambiental, a responsabilidade sobre o destino desse tipo de elemento químico e também a negatividade causada em sua imagem gerada pela mídia por um eventual acidente que pode ser provocado por um de seus produtos, e isso traria prejuízo.
Não contamos ainda a economia gerada pela diferença na compra da menor quantidade de material (chumbo entre outros) que anteriormente compravam, na economia de todos os processos de armazenamento e eliminação de detritos que com certeza era maior quando usavam uma quantidade maior desse produto.
O discurso que as grandes empresas estão tecendo ultimamente, deixam elas parecendo hipócritas, estão preocupadas só com a produção e não também com o destino final, ninguém aqui esta pedindo para que as empresas peguem seu aparelho pelo preço de novo, mas que de alguma forma, facilite a compra de um novo, para estimular, e que de o destino correto a peça que estava usada e poderia parar em algum canto por ai. Com isso, evitariam, que o seu então cliente, escolhe-se outro produto que não o de sua marca, como é o meu caso. Hoje estou optando por um netbook de uma outra marca. Será que fidelizar o cliente e ainda fazer o bem para o meio ambiente não pode ser um bom negócio também? Gasta-se tanto para buscar e fazer um novo cliente, será que não vale o investimento para mantê-lo?
Acho que esta na hora de mudar, pensar no todo de verdade, e não apenas no processo de produção, armazenagem, embalagem e entrega, mas também no seu retorno. Com os produtos de segunda mão, talvez poderiam criar uma linha com preços mais baixos, atendendo assim, escolas e entidades, e pessoas com menor renda. Com certeza devem manter a qualidade qualidade, e para o baixo preço já terão a vantagem de ter sido um produto de recompra. Acredito que isso seria uma reciclagem de verdade.
Todas as marcas deveriam pensar nisso, pois isso é uma coisa que acontece com todas, não só com a ACER, que foi o meu caso, mas com todas as outras marcas no mercado.
Ou alguém já ouviu falar de alguma dessas empresa que faz isso?
Obrigado
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